quarta-feira, 30 de março de 2011

Ele!

E se movem cada vez mais devagar
Me demonstrão a falsa sabedoria
Tentão alcançar o topo
Só que as garças os devorão

Instante momento
Parado monumento...

O que eles não sabem é que nunca dominarão o fogo.

Moinho

E gira os ponteiros
Trazendo cada momento
E passão as horas
Levando a esperança desse instante

Sou como moinho
Faço sempre meu próprio caminho
e para isso preciso de tal carinho

Ela é como o vento
Aparece e me enlouquece
Rapidamente ao ver outro me esquece

Para ela
O prazer foi tão pouco
Para mim
Amor era como um jogo
Pois apenas algumas vezes ela realmente me amou



Tudo e nada!

Os segundos são seres insignificantes
As metralhadoras demonstrão a maldade em seu agir
Chovem pedras que quebrão casas
Passão manadas e somos estatuas a se destruir

Madrugadas de sol
Dias calmos e vermelhos
Sem a minha alma tudo fica imperfeito

Me deliro e atiro
Morro e logo grito
Onde esta o que eu fiz para você notar?


O vento sopra ao meu lado esquerdo e move uma pequena folha de seu local atual...
E apenas vejo, observo e penso!

Pequenos momentos

Velhas lembranças de te ver passar

Pequenos momentos de poder falar

Mas era tudo o que eu queria

Apenas uma fantasia e alguém para poder amar

Sinto muito a sua falta

Fez-me mentir, me fez chorar.

Rabiscava na areia

Olhava o infinito azul e pensava

Dias, foram aqueles

Anos, foram aqueles

E era apenas um pequeno rapaz que queria...

Apenas uma fantasia e alguém para poder amar

quarta-feira, 23 de março de 2011

Ai no namida

Vê o presente
tornar-se passado
vê o sonho já realizado
tornar-se vestígios
vê a folha em branco
e apaga o que registrara.

Vê renascer o vazio
vê a vida à deriva
vê o alívio e a dor
juntos mais uma vez.

Perde-se de vista
o que não se deve esquecer.
Renovam-se as ilusões
expectativas reluzentes
tornam-se estrelas
as lágrimas no chão.

Ai no kimochi

Retorna amendrontada a sua ternura
ao fundo de seu remendado coração
afugenta-se tímida,
torna-se discreta.

Por causa de um terceiro
foge apressada, perde confiança
será difícil tornar ao exterior
numa próxima vez.

Apodrece silencioso, camuflado
o seu amor
Apodrece mais uma vez!

O que acha que está fazendo?
com seu puro e incondicional
meigo e inocente
primordial amor?

Desperdiça-o entregando-o a estes
encarde-o com seus pecados
torna-se imundo com suas promiscuidades
negando assim o presente que lhe fora dado.

Apodrece silencioso, camuflado
o seu amor
Apodrece meis uma vez!

Como poderás amar verdadeiramente?
Como, com este reciclado coração?

sexta-feira, 18 de março de 2011

Princesinha 3

Vozes a sussurrar
água a cair
a alma a inundar.


Em meio as trevas evidentes
de seu andar silencioso
perturbava-se aos tropeços, a princesinha.

Questionando sozinha
De quem poderiam vir
tais absurdas sugestões.

Quem sabe os demônios
anjos de auréolas negras,
bem apropriado.

Seria de sua ira,
recém-nascida
ainda oculta.

Talvez a própria razão
somando os argumentos
julgando às cegas.


Deixe-me ajudá-la
retirar de ti, esta aura
não a pertence.

Agora mesmo,
curar-te-ei
a trarei de volta.

Eu a prometo
serás livre para sempre
se me permitir.

Tocá-la,
mais uma vez
será o suficiente.

Tomarei para meus largos ombros
sua podridão
seus pesadelos e maus pensamentos.


Salva-me velho amigo,
venha correndo
siga meus gemidos.

Não perca um segundo sequer
pois eu a encontrei
no fuindo de uma ferida.

Ainda está aberta
poderá alcançá-la
esta noite.

Salte sobre poças
ignore a escuridão
Não tema a tempestade.

O tempo é curto
e meu peito dói
o abismo é próximo.


Aos prantos caminha
a poucos passos
da eterna paz.

quinta-feira, 10 de março de 2011

Princesinha 2

Reflexos no lago, o entardecer
Perfume desconhecido, o desabrochar
Uma surpresa, o encontrar.

Arrastando seu vestido rosado
pela longa cobertura verde,
recorda-se do que se foi.

Seus olhos semiserrados,
já desacostumados com o dia,
a guiam pelo caminho não traçado.

Uma lembrança avistada
à beira do lago,
temendo escorregar, ajoelha-se.

Tremem seus finos dedos
uma silhueta perfeita
lentamente acariciada.

Aproxima sua rígida face
na tentativa de apreciá-la
a fragância inédita.

Um toque cuidadoso,
pétalas são desprendidas
perdendo-se no vento.


Nem mesmo as flores
podem resistir
à sua tenebrosa presença.

Te observo sempre,
mas estou distante
não se preocupe.

Sinto seus pensamentos
sei de seus medos
partilho de sua dor.

O seu vazio
também faz falta
em meu peito.

Deixe-me curá-la
desista de aceitar
o que não escolheu.


Tu sabes,
melhor que ningúem
velho amigo.

O que acredito e tenho fé
é no destino
nada é em vão.

Ora pois, se aconteceu assim
quem somos nós
para desfazer?

Será bem melhor,
confie velho amigo
no futuro que o aguarda.

Espera comigo, e veremos
mais uma vez juntos
para o que nos preparamos.


Relembram os dois
dos dias que lhe foram
brutalmente arrancados.

quarta-feira, 9 de março de 2011

Serás amor

Serás minha amada
eternamente
Serás minha alegria
eternamente
Serás minha prioridade.

Seria eu, seu palpitar
eternamente
Seria, seu riso
eternamente
Seria eu, seu número um.

Seria?

Seria verdade o que dissera?
Ou será a verdade mutável?
Seria real seu sentimento?
Ou será enganoso o coração?

Seria puro seu olhar?
Ou será ilusão a paixão?
Seria firme sua decisão?
Ou será inconsistente a matéria?

Antes seja uma decepção
do que inexistente o amor.